O mercado de commodities encerrou um pregão movimentado nesta quinta-feira (5), com destaque para a forte queda na exportação de milho do Brasil — queda de 90,6% em maio, em relação ao mesmo período de 2024.
Ao mesmo tempo, o café registrou queda de 30% nas exportações, enquanto a soja manteve ritmo estável. O desempenho dos grãos está sendo pressionado por problemas logísticos e por incertezas no mercado global.
Segundo a análise de Guto Gioielli, fundador do Portal das Commodities, o desempenho do milho vem sendo impactado pela logística da soja. O especialista ainda comentou sobre a baixa nos estoques certificados de café na bolsa norte-americana (ICE) e as perspectivas de retomada para grãos e metais no segundo semestre. Confira a análise na íntegra abaixo:
Brasil importou mais milho do que exportou
Segundo Gioielli, a queda de 90,6% da exportação brasileira de milho ajuda a explicar a fraqueza nos preços do grão no mercado interno. Nesta quinta, os contratos fecharam com pouca variação, encerrando o dia em queda de 0,11% nos contratos para julho de 2025.
No total, o Brasil exportou apenas 38,9 mil toneladas de milho nesse período. Ao mesmo tempo, importou 41,8 mil toneladas, o que resultou em um saldo negativo de 2,8 mil toneladas. Segundo Gioielli, esse cenário de déficit comercial para o milho é incomum e pressiona ainda mais os preços.
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Logística da soja atrapalha escoamento do milho
Além da queda na demanda externa, a logística da soja nos portos tem atrapalhado o escoamento do milho. Na visão de Gioielli, como a soja ocupa grande parte da infraestrutura portuária no período de safra, há menos espaço para o envio do milho ao exterior, o que contribui para a lentidão das exportações.
Apesar do desempenho fraco, instituições como o Citi apontam expectativa de melhora para o milho e a soja no segundo semestre, com possível aumento na demanda global.
Hoje, a soja seguiu sua oscilação próxima de US$ 10,50 por bushel. O mercado aguarda o próximo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), que pode confirmar uma queda de 4,3% na área plantada, com possibilidade de revisão para até 5%.
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Estoques de café certificados caem
O mercado de café também segue movimentado. Os estoques certificados pela ICE (bolsa de commodities de Nova York) caíram para 826 mil sacas, uma baixa de 34,2 mil sacas em relação ao dia anterior.
Esses estoques representam o café físico efetivamente armazenado, após mudanças nas regras de certificação da ICE nos últimos anos. A queda indica aumento na demanda ou menor disponibilidade do produto.
A colheita de café arábica no Brasil deve ganhar ritmo nas próximas semanas, o que pode influenciar os preços futuros. O vencimento mais líquido do contrato de café, para setembro, encerrou o dia em US$ 4.425.
Exportações de carne bovina e suína crescem
Na contramão do milho, a carne bovina brasileira registrou aumento de 2,9% nas exportações, com 218 mil toneladas embarcadas em maio. Esse volume supera o recorde do ano ado.
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A carne suína também teve alta, com crescimento de 15,6%, ando de 91 mil para 105 mil toneladas exportadas.
Já a carne de frango caiu 14,4%, com impacto direto das suspensões de compras por 21 países. Um novo foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul levanta dúvidas sobre a continuidade das exportações.