O dólar fechou esta terça-feira (10) em leve alta de 0,14% frente ao real, a R$ 5,57, após três dias consecutivos de queda. A valorização da moeda americana acompanhou o movimento do exterior, em meio à cautela dos investidores com as negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
Pela manhã, a divisa chegou a operar em queda, com mínima a R$ 5,5388, impulsionada pela alta do petróleo e relatos de entrada de recursos estrangeiros. No entanto, o movimento se inverteu ao longo da tarde, com operadores evitando exposição a moedas emergentes.
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Com a alta desta terça-feira, o dólar acumula queda de 2,61% em junho e de 9,87% no ano. No acumulado de 2025, o real é a moeda com melhor desempenho entre as divisas latino-americanas.
IPCA benigno não altera expectativas sobre Selic
O principal dado do dia foi o IPCA de maio, que desacelerou de 0,43% em abril para 0,26%, abaixo da mediana das projeções (0,34%). Apesar da surpresa positiva, o mercado manteve apostas de que o Banco Central elevará a Selic em 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom, encerrando o atual ciclo de alta de juros.
Incertezas fiscais pesam sobre o câmbio
No campo fiscal, as negociações entre o governo e o Congresso sobre o pacote que substituirá o aumento do IOF seguiram como pano de fundo. A falta de consenso político levanta dúvidas sobre a viabilidade das medidas propostas pelo Ministério da Fazenda e pressiona o câmbio.
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O ministro Fernando Haddad se reuniu com o presidente Lula e reafirmou que a proposta tem apoio de líderes parlamentares. Questionado sobre a fala do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que o Congresso não tem compromisso com a aprovação, Haddad respondeu: “É uma fala de prudência”.
Dólar sobe no exterior e pressiona emergentes
No exterior, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes — subia 0,10% no fim da tarde, aos 99,038 pontos. As maiores perdas entre emergentes vieram do peso colombiano e do won sul-coreano.
“O mercado está na defensiva à espera de novidades nas negociações EUA-China, enquanto o presidente Donald Trump enfrenta resistências internas”, comentou Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, em entrevista ao Estadão Broadcast.
Apesar da desaceleração da economia chinesa, ele avalia que o país ainda mantém força na disputa comercial.