O dólar fechou esta sexta-feira (13) praticamente estável, em leve queda de 0,02% frente ao real, a R$ 5,54. Durante a amanhã, a moeda americana chegou a R$ 5,60, diante da aversão ao risco gerada pelos ataques entre Israel e Irã.
A recuperação do real, no entanto, ocorreu em dois momentos. Primeiro, por ajustes técnicos e realização de lucros, com investidores aproveitando a valorização do petróleo — que subiu mais de 7% — para rever posições.
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Depois, o movimento foi impulsionado por informações do cenário político brasileiro. Reportagem do Estadão revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou apoio ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato à Presidência em 2026, com Michelle Bolsonaro como possível vice.
Na semana, o dólar recuou 0,50% e acumula queda de 3,11% no mês. No ano, a moeda americana já caiu 10,33% em relação ao real, que tem o melhor desempenho entre as principais moedas da América Latina em 2025.
Eleições de 2026 já no radar dos investidores
Operadores relatam que o mercado começa a precificar o cenário eleitoral de 2026, diante da perda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A expectativa de que um eventual governo mais alinhado à direita poderia promover ajustes fiscais atrai interesse por ativos brasileiros. A forte reação do Congresso e de setores produtivos à Medida Provisória sobre o IOF reforça a leitura de desgaste político do atual governo.
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Cenário fiscal segue como risco
Em entrevista ao Estadão Broadcast, Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, o avanço inicial do dólar foi uma reação típica à incerteza internacional. No entanto, a valorização do petróleo pode atrair fluxos ao Brasil, beneficiando o real.
Ele alerta, porém, que o cenário fiscal, com foco na MP do IOF, segue como um risco para a moeda brasileira.
À tarde, uma coalizão de 20 frentes parlamentares divulgou manifesto contra a Medida Provisória que eleva o IOF, propondo alternativas para reduzir o impacto da medida. A expectativa é de um ato político na próxima terça-feira (17), no Congresso, para pressionar o presidente do Legislativo a devolver o texto.
Dólar no exterior
No exterior, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes — subiu de forma moderada, operando em torno dos 98,200 pontos.
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Diferente de outras ocasiões de tensão, os investidores não buscaram abrigo nas Treasuries (títulos do governo dos EUA). Ao contrário, houve vendas, elevando os juros desses papéis. Isso reflete o temor de que os conflitos possam pressionar a inflação global.