A chinesa Xiaomi anunciou que vai investir cerca de US$ 7 bilhões no setor de design de chips ao longo da próxima década, reforçando sua estratégia de autossuficiência tecnológica em meio às tensões comerciais entre China e Estados Unidos.
O plano foi divulgado pelo fundador e CEO da empresa, Lei Jun, em publicação na plataforma chinesa Weibo, nesta segunda-feira (19). O investimento de 50 bilhões de yuans (equivalente a US$ 6,94 bilhões) terá início em 2025 e visa acelerar o desenvolvimento de semicondutores avançados.
Lançamento de chip e novos produtos
Nesta semana, a Xiaomi deve apresentar o Xring O1, seu primeiro chip móvel com tecnologia de 3 nanômetros, considerada uma das mais avançadas do mercado. O anúncio está previsto para quinta-feira (23), durante evento em que também serão lançados o SUV elétrico YU7 e o novo smartphone Xiaomi 15S Pro.
A mídia estatal CCTV destacou que o chip representa “um avanço no design de chips chinês” e coloca a empresa em linha com os líderes internacionais do setor. Até o momento, a Xiaomi já investiu 13,5 bilhões de yuans (US$ 1,87 bilhão) no desenvolvimento do Xring O1.
Competição com a Huawei
O avanço pode dar à Xiaomi uma vantagem estratégica sobre a Huawei, que enfrenta dificuldades para desenvolver chips de ponta devido às sanções impostas pelos EUA.
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A Huawei tem buscado alternativas para manter a produção de smartphones e equipamentos de rede, mas esbarra nas restrições para adquirir tecnologia estrangeira.
No primeiro trimestre deste ano, a Xiaomi voltou a liderar o mercado de smartphones na China, pela primeira vez em dez anos. Segundo a consultoria Canalys, a companhia vendeu 13,3 milhões de unidades no período, um aumento de 40% em relação ao mesmo intervalo de 2024.