O dólar fechou esta sexta-feira (30) em alta de 0,93% frente ao real, a R$ 5,72 — maior valor de fechamento desde 7 de maio. O movimento foi influenciado pela aversão ao risco no mercado internacional e incertezas fiscais no Brasil.
A alta do dólar foi impulsionada pela intensificação das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O presidente norte-americano, Donald Trump, acusou o governo chinês de violar o acordo firmado em 12 de maio, que previa a suspensão de tarifas por 90 dias.
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No Brasil, o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), decretado recentemente pelo governo Lula, continua sendo criticado por parte do setor produtivo e da classe política.
Esse ambiente eleva a percepção de risco fiscal e contribui para a saída de capital estrangeiro e a queda na confiança de investidores em ativos brasileiros.
Com a alta, o dólar acumulou valorização de 1,28% na semana. No mês de maio, o ganho foi de 0,76%. No acumulado do ano, a valorização da moeda americana já chega a 7,45%.
Real sofre com fatores internos e técnicos
Além do cenário externo desfavorável, o real foi pressionado por fatores domésticos. Um deles foi a disputa técnica pela formação da Ptax — média das cotações do dólar calculada pelo Banco Central — na última sessão do mês.
Outro fator foi a rolagem de contratos futuros de dólar, o que também interfere no comportamento da moeda.
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Inflação nos EUA
Nos Estados Unidos, o índice PCE (gastos com consumo), que é o principal indicador de inflação observado pelo Federal Reserve (Fed), subiu 0,1% em abril — abaixo da expectativa de 0,2%. Em 12 meses, a alta foi de 2,1%.
O núcleo do PCE — que exclui alimentos e energia — também avançou 0,1% no mês e 2,5% em um ano, em linha com as previsões.
Esses dados não alteraram a expectativa majoritária do mercado de que o Fed reduza a taxa básica de juros em 50 pontos-base ainda neste ano, com início do ciclo de cortes previsto para setembro.