O dólar fechou esta segunda-feira (2) em queda de 0,77% frente ao real, a R$ 5,67. A desvalorização acompanha o movimento global de enfraquecimento da moeda americana, impulsionado por um novo capítulo da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Na semana, os dois países trocaram acusações de quebra de um acordo tarifário de 90 dias fechado no mês ado. Como agravante, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou aumento de 25% para 50% nas tarifas sobre importações de aço e alumínio, com início previsto para quarta-feira (4).
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Real tem desempenho inferior a outras moedas emergentes
Apesar do recuo do dólar, o real teve desempenho inferior a moedas de países emergentes como o peso chileno e o peso mexicano. Analistas atribuem essa diferença ao aumento da percepção de risco fiscal no Brasil.
Dois fatores contribuem para esse sentimento:
- A incerteza sobre a manutenção do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras);
- A mudança da perspectiva da nota de crédito do Brasil pela agência Moody’s, de positiva para estável.
Essa alteração afasta o país da chance de recuperar o chamado grau de investimento, que representa o selo de bom pagador e costuma atrair capital estrangeiro.
IOF em debate: Congresso e mercado pressionam
O mercado financeiro monitora de perto o ime em torno do IOF. O aumento do imposto, que incide sobre crédito e outras operações financeiras, é criticado por empresários e parlamentares.
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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu um prazo de dez dias para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentar alternativas. Haddad declarou nesta segunda-feira (2) que espera resolver a questão ainda nesta semana.
“O governo precisa tomar uma decisão política sobre como estruturar o ajuste fiscal de forma definitiva”, afirmou o ministro. Segundo ele, a regulação do IOF precisa ser repensada, alinhada a medidas estruturais de equilíbrio das contas públicas.
Exterior pressiona o dólar, mas incerteza permanece
No cenário externo, o índice DXY — que compara o dólar com outras seis moedas fortes — caiu cerca de 0,60% nesta segunda-feira. O movimento favoreceu moedas como o euro, o iene e o dólar australiano. O petróleo também subiu mais de 3%, o que tende a beneficiar exportadores de commodities, como o Brasil.