Empresas do mundo todo estão segurando seus CEOs para enfrentar a onda de incertezas provocada por Donald Trump e pela instabilidade global. E sim, isso tem tudo a ver com sua estratégia de investimentos.
Segundo um estudo global da consultoria Russell Reynolds, obtido com exclusividade pelo Monitor do Mercado, a troca de CEOs nas empresas listadas nas principais Bolsas de Valores do mundo caiu 21% no primeiro trimestre de 2025.
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Neste episódio do podcast Ligando os Pontos, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, conecta os movimentos do mundo e do Brasil, às vésperas de uma eleição presidencial, para te ajudar a entender para onde vai o dinheiro — e como proteger o seu. Confira:
Medo de mudanças em tempos instáveis
A decisão de manter os atuais CEOs não vem de uma satisfação generalizada com suas gestões, mas de um contexto de insegurança no ambiente de negócios global. O estudo analisou 1.822 empresas em diversas economias.
O retorno de Donald Trump ao cenário político, com discursos que ameaçam novas tarifas e políticas comerciais imprevisíveis, cria incertezas na maior economia do mundo. Guerras em andamento e instabilidade geopolítica também agravam o cenário.
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Reflexos no Brasil
O mesmo raciocínio vale para os investidores brasileiros. Em ambientes calmos, com juros baixos e economia previsível, há mais espaço para estratégias ousadas. Já em momentos de instabilidade global, a cautela tende a prevalecer.
Na Bolsa brasileira, o Ibovespa chegou a superar os 140 mil pontos recentemente, impulsionado pela entrada de capital estrangeiro. O Brasil voltou a ganhar espaço entre os mercados emergentes.
Contudo, analistas alertam que a economia doméstica pouco mudou: o cenário fiscal segue pressionado, com gastos públicos elevados, e o país se aproxima de mais uma eleição presidencial.
Histórico eleitoral pesa
Desde 2000, em anos eleitorais no Brasil, a Bolsa tende a cair no primeiro semestre. As únicas exceções foram em 2006 e 2014, quando os presidentes Lula e Dilma Rousseff buscavam reeleição e estavam bem posicionados nas pesquisas.
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Investidores estrangeiros, que têm peso relevante na formação dos preços da Bolsa, costumam adotar uma postura de espera durante a corrida eleitoral, retirando recursos do mercado local.
Por outro lado, o histórico mostra que, nos seis primeiros meses após a posse do novo presidente, o principal índice da B3 costuma se recuperar. Isso aconteceu em todos os mandatos desde 2000, com exceção de 2011.
Estratégia: manter o plano e evitar decisões impulsivas
A lição que se extrai do mercado corporativo e do comportamento histórico da Bolsa é clara: momentos de incerteza exigem disciplina. Mudanças bruscas na estratégia de investimentos podem trazer prejuízos.
Assim como as grandes empresas evitam trocar de liderança no meio da turbulência, o investidor também pode considerar manter sua estratégia de longo prazo, evitando decisões baseadas na oscilação do curto prazo.