O ouro ultraou o euro como o segundo maior ativo de reserva internacional em 2024, de acordo com informações da Dow Jones Newswires com base em relatório divulgado pelo Banco Central Europeu (BCE). A participação do metal precioso nas reservas globais subiu para 20%, enquanto a do euro ficou em 16%.
A análise do BCE considera os ativos a preços de mercado, incluindo divisas e reservas em ouro. O avanço do metal reflete tanto a valorização da commodity quanto o volume de compras realizadas pelos bancos centrais.
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O ouro superou os US$ 3.500 por onça-troy em abril, e acumula alta de quase 62% desde o início de 2024.
Compras de bancos centrais puxam avanço
As compras de ouro superaram 1 mil toneladas em 2024, pelo terceiro ano consecutivo, e dobraram o volume médio anual da década de 2010. Os principais compradores foram Polônia, Turquia, Índia e China, além do Fundo Estatal do Petróleo do Azerbaijão, segundo o Conselho Mundial do Ouro.
Segundo o BCE, dois terços dos bancos centrais adquiriram ouro para diversificar as reservas, e 40% o fizeram para proteção contra riscos geopolíticos. O movimento ganhou força após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022.
Países geopoliticamente próximos a China e Rússia apresentaram aumentos relevantes nas reservas, e cinco dos dez maiores incrementos desde 1999 vieram de nações sob sanções econômicas.
Dólar ainda lidera, mas participação do ouro cresce
Apesar da valorização do ouro, o dólar americano ainda representa 46% das reservas globais, mantendo a liderança. O euro, agora em terceiro lugar, perdeu espaço em meio à desaceleração da economia europeia e à preferência por ativos considerados mais seguros.
As reservas globais de ouro fecharam 2024 em cerca de 36 mil toneladas, próximas ao recorde de 38 mil toneladas registrado em 1965.
Fatores por trás da alta
A valorização do metal está ligada a incertezas geopolíticas, volatilidade nos mercados financeiros e estratégias de proteção cambial.
Além disso, sanções financeiras contra determinados países estimularam o uso do ouro como alternativa ao dólar em transações internacionais.
O preço do ouro, mesmo ajustado pela inflação, superou o pico registrado durante a crise do petróleo de 1979, consolidando seu papel como ativo de segurança em períodos de instabilidade.