O dólar voltou a subir nesta terça-feira (10), encerrando o dia cotado em torno de R$ 5,57, após ter alcançado recentemente o menor patamar em dez meses.
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A valorização da moeda norte-americana foi impulsionada por fatores internos e externos, com destaque para as propostas do governo federal que impactam diretamente o mercado de renda fixa.
O principal fator de pressão veio do campo fiscal. O governo apresentou um pacote que prevê mudanças na tributação de investimentos considerados isentos de Imposto de Renda (IR), como:
- LCI (Letra de Crédito Imobiliário);
- LCA (Letra de Crédito do Agronegócio);
- CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários);
- CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio);
- Debêntures incentivadas de infraestrutura.
A proposta é aplicar uma alíquota de 5% de IR sobre esses papéis, que hoje contam com isenção. Além disso, o governo quer unificar a tabela regressiva do IR — que varia de 22,5% a 15% — em uma alíquota única de 17,5% para os demais investimentos.
O objetivo declarado é compensar a não elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em 2025, suspensa recentemente por decreto.
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Em novo vídeo no canal do Monitor do Mercado no YouTube, a trader Luana Pires analisa o gráfico do mini dólar e comenta os principais pontos do calendário econômico da semana, incluindo dados nos EUA e o novo movimento diplomático do Brasil com o lançamento do primeiro Panda Bond. Confira:
A percepção de que o governo prefere aumentar a arrecadação via impostos, em vez de cortar gastos, gerou insegurança jurídica e menor apetite por ativos locais. O resultado foi uma nova pressão sobre o câmbio, com investidores buscando proteção em ativos dolarizados.
Emissão inédita de dívida em moeda chinesa
Outro destaque da semana foi o anúncio de que o Brasil pretende lançar, ainda este ano, seu primeiro banda bond — título de dívida emitido em yuan (moeda da China).
A emissão deve ficar entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões, com o objetivo de diversificar fontes de financiamento, reduzir a dependência do dólar e aproveitar os juros mais baixos na China, hoje em torno de 2% ao ano, contra 13,75% no Brasil.
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Apesar de sinalizar maior aproximação com o governo chinês, o movimento também revela fragilidade fiscal interna e busca ativa por recursos no mercado internacional.
Mini dólar segue sem direção clara
No gráfico do mini dólar, a faixa entre R$ 5,585 e R$ 5,6 é considerada uma região de consolidação. Se rompida, o próximo alvo técnico está em R$ 5,615, com resistência mais acima em R$ 5,684. O saldo de agressão indica entrada de força compradora, mas o mercado segue sem tendência definida.
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Agenda da semana: inflação nos EUA e mercado de trabalho
Os investidores também devem acompanhar indicadores importantes nos próximos dias:
- Quinta-feira (9h30): PPI (Índice de Preços ao Produtor), divulgada depois da inflação ao consumidor nos EUA.
- Sexta-feira (14h): Pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA, termômetro do mercado de trabalho.
Ambos os dados influenciam as decisões do Federal Reserve sobre os juros e, consequentemente, a força do dólar no mercado global.