O dólar fechou esta quarta-feira (11) em queda de 0,59% frente ao real, a R$ 5,54. O movimento refletiu a leitura abaixo do esperado da inflação ao consumidor nos Estados Unidos e o anúncio de um acordo comercial preliminar entre EUA e China.
O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (I, na sigla em inglês) subiu 0,1% em maio, abaixo da mediana das projeções (0,2%). Na comparação anual, a alta foi de 2,4%, também abaixo do esperado (2,5%).
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O núcleo do I, que exclui os preços mais voláteis como alimentos e energia, também veio aquém das expectativas.
Esses dados reforçam a percepção de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, pode iniciar o corte de juros ainda neste ano. A expectativa do mercado é de dois cortes de 0,25 ponto percentual cada até dezembro.
Nos oito primeiros pregões de junho, o dólar acumula queda de 3,18%. No acumulado de 2025, o recuo é de 10,40% frente ao real, desempenho que coloca a moeda brasileira como a mais forte da América Latina até o momento.
Pressão sobre o governo no campo fiscal
No cenário doméstico, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que parte do Congresso reagiu negativamente às propostas do governo para substituir o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
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Entre os pontos de maior resistência estão a taxação das letras financeiras do agronegócio e do setor imobiliário. Partidos da base, como PP e União Brasil, já indicaram que devem se opor à medida provisória que o governo deve editar.
Apesar das dificuldades, Marcelo Bacelar, gestor da Azimut Brasil Wealth Management, destacou, em entrevista ao Estadão Broadcast, que o governo manteve a meta fiscal para 2026 e realizou contingenciamentos acima das expectativas.
Isso foi visto como um sinal positivo pelo mercado, que temia alterações no objetivo fiscal diante da frustração de receitas.